O mercado latino-americano de pet food: impulsionando a saúde e a sustentabilidade

Pet food na AMÉRICA LATINA: um mercado em expansão

Em muitos mercados LATAM (latino-americanos), como Argentina, Brasil, Chile, Peru e Colômbia, as adoções de pets aumentaram durante a pandemia. As marcas e os varejistas estão respondendo a esse mercado em franca expansão com investimentos significativos no setor pet. A Nestlé Purina México investiu US$ 160 milhões para expandir sua fábrica em Guanajuato. A pet shop brasileira Petz adquiriu a plataforma de conteúdo e e-commerce (comércio eletrônico) Cansei de Ser Gato. A Unilever escolheu o Brasil para lançar Cafuné, sua primeira marca de pet care.

Pets e seus tutores: uma relação preciosa

Uma série de mudanças no estilo de vida na América Latina está contribuindo para o aumento no status dos pets; três-quartos (75%) dos consumidores mexicanos agora possuem um cachorro em sua casa. Em toda a América Latina, as taxas de natalidade estão diminuindo, e os domicílios com uma única pessoa estão crescendo. As taxas de divórcio estavam aumentando antes da pandemia e aumentaram ainda mais devido ao lockdown (ordens de permanência em casa).

Além disso, a companhia de pets é mais importante do que nunca em tempos de incerteza econômica e maior isolamento. Estudos mostram que os pets reduzem a pressão arterial dos seres humanos e diminuem os sentimentos de ansiedade, solidão e depressão. Na era moderna, esse vínculo tornou-se muito mais estreito a ponto de as pessoas darem roupas, brinquedos, contas de redes sociais e um lugar em suas camas para seus cães e gatos.

Amplie as ocasiões compartilhadas

Há um maior desenvolvimento de produtos e serviços para pets que refletem aqueles normalmente direcionados a humanos. Tutores gastarem grande parte de sua renda em produtos e serviços para seus estimados companheiros de quatro patas não é novidade, mas esse gasto agora está se estendendo além dos bens básicos: os consumidores desejam que seus pets tenham acesso a serviços premium, tratando-os da mesma forma que eles se tratam.

No verão de 2022, o petshop Puppis na Argentina organizou um festival principalmente para pets e seus tutores. O festival foi realizado no estacionamento de um shopping e contou com jogos, músicas e shows só para pets, além de diversas barracas de produtos direcionados à esses animais de estimação.

Também existe uma oportunidade de expandir as ocasiões de refeição compartilhada com produtos como misturas culinárias ou refeições duplas que ajudam os pais de pets a celebrar a importância de seus animais de estimação e o que eles agregam à família.

Encare os pets como potenciais clientes de foodservice (serviços alimentares)

As atmosferas informais de cervejarias, cafés e lanchonetes costumam receber os pets. Conceitos inovadores de alimentos e bebidas voltados para pets estão ajudando alguns estabelecimentos a fazer a transição de acomodar os pets, considerando-os como clientes reais que anseiam por mais.

Cuide do meio ambiente por meio de apoio local

Os tutores latino-americanos de pets se preocupam muito com o meio ambiente. No Peru, 32% dos tutores de gatos e 30% dos tutores de cães dizem que o meio ambiente é uma das coisas que mais lhes preocupa. Os produtos para pets podem agregar claims eco-friendly (i. e., alegações ecológicas) para atrair os tutores que se preocupam com o meio ambiente e já planejam comprar alimentos/bebidas para humanos em embalagens eco-friendly.

Os tutores de pets na região também estão buscando produtos produzidos localmente, pois eles buscam apoiar suas economias locais. O próximo passo será conectar o abastecimento local com baixas emissões de carbono para atender às necessidades dos consumidores conscientes do clima.

Combata o desperdício de alimentos com ingredientes nutritivos reaproveitados

Considerando o interesse do consumidor latino-americano em evitar o desperdício de alimentos, também há espaço para pet food feito com ingredientes que normalmente seriam descartados.

As marcas de pet food estão bem posicionadas para alavancar a tendência de reaproveitamento. A alimentação tradicional para pets é feita a partir de subprodutos da cadeia alimentar humana, sendo os subprodutos da carne um excelente exemplo de prevenção de perda ou desperdício do fluxo alimentar humano. No entanto, as mensagens de reaproveitamento não se manifestaram de forma significativa em produtos de pet food até o momento, sugerindo uma lacuna de oportunidade.

Agregue valor aos alimentos úmidos por meio da funcionalidade

A humanização dos pets na América Latina já está levando a um maior interesse por alimentos que melhor atendam às suas necessidades nutricionais. Os benefícios funcionais à saúde, como claims relacionadas com a digestão e a visão, são muito comuns em lançamentos de alimentos secos para pets na América Latina, mas muito menos comuns em alimentos úmidos para esses animais.

Os tutores brasileiros que compram alimentos úmidos são mais propensos a buscar benefícios funcionais à saúde (por exemplo, dentes saudáveis, pelagem brilhante) do que aqueles que adquirem alimentos secos. Entretanto, quase um em cada cinco (18%) tutores brasileiros não costuma comprar alimentos úmidos porque são muito caros. Existe uma oportunidade para as marcas de alimentos úmidos oferecerem mais valor por meio da adição de benefícios funcionais à saúde.

Adicione nutrição suplementar através de toppers de pet foods

Há muito tempo, os tutores de pets misturam o alimento industrializado com outros alimentos para estimular o consumo. Todavia, as marcas já estão promovendo o uso de toppers (“coberturas”) formulados especificamente para essa finalidade. Utilizados a princípio para tornar o alimento para pets mais palatável (saboroso), os toppers de pet food estão sendo cada vez mais usados para agregar benefícios à saúde, e estão surgindo exemplos na América Latina.