“Ela mia depois da refeição…”
“É só abrir a embalagem que ele já corre até a vasilha!”
“Olhe para eles: acabaram de comer e agora estão dormindo!”

Em sua opinião, esses comportamentos são positivos ou negativos?
Se você não sabe, os “pais” de pets saberão!

Os proprietários de pets de hoje em dia estão cada vez mais atentos ao nível de satisfação de seus animais durante as refeições. Além do consumo de uma quantidade suficiente de alimento pelos seus pets, os donos querem ver sinais claros de apreciação quando seu adorável animal de estimação ingere o alimento fornecido.

Os fabricantes de pet foods precisam levar em consideração a linguagem corporal dos pets ao redor da vasilha, pois isso influencia fortemente a percepção do proprietário sobre o desempenho de um produto.

Mas quais são os comportamentos típicos de cães e gatos em torno da vasilha? Quais são os sinais reais de satisfação pelo alimento?

Pergunte aos tutores de pets!

Assista e veja

Os proprietários de pets frequentemente falam muito quando são questionados sobre os comportamentos de seus animais na hora das refeições. Eles espontaneamente nomeiam muitas posturas que interpretam como sinais de satisfação…ou rejeição aos alimentos.
Contudo, essas informações são algumas vezes influenciadas pela crença popular e não são totalmente confiáveis.

A melhor forma de conseguir insights relevantes dos donos sobre os comportamentos alimentares de seus animais é colocar ambos em condições reais de alimentação e obter o feedback desses proprietários enquanto observam o animal.

Em um estudo específico, os proprietários de cães e de gatos de uma comunidade doméstica francesa* receberam uma lista exaustiva de comportamentos e foram solicitados a assinalar aqueles que eles observavam em seus animais antes, durante e depois de o pet receber ração seca com diferentes níveis de palatabilidade.

Utilizando uma escala de 5 pontos, esses proprietários classificaram cada comportamento observado em função do grau de intensidade com que o animal expressava interesse pelo alimento.

Os “pais” de pets são capazes de decifrar a linguagem corporal de seus animais

A primeira descoberta importante foi que os proprietários de pets eram aptos a identificar e interpretar corretamente os comportamentos de seus animais durante as refeições.

Vários comportamentos relatados pelos donos de pets tinham uma excelente correlação com os níveis de palatabilidade das dietas, mensurados através do consumo alimentar.

Quando alimentados com dietas de alta palatabilidade, os cães e gatos apresentaram comportamentos considerados positivos pelos tutores. Os comportamentos percebidos pelos proprietários como negativos foram relatados com mais frequência para dietas de baixa palatabilidade.

Os cães exibem menos comportamentos discriminantes

Para os gatos, identificaram-se 16 comportamentos relevantes; já para os cães, constataram-se 13 comportamentos relevantes.

Algumas vezes, é mais difícil para os proprietários de cães notarem diferenças no interesse de seu animal por diferentes tipos de kibbles quando a vasilha lhe é oferecida.

Na verdade, muitos cães são ensinados a manter a calma durante o preparo das refeições. Alguns deles aprendem a esperar por um som ou sinal específico antes de começar a comer. Portanto, seja qual for o alimento apresentado, eles não se comportam espontaneamente.

No extremo oposto do espectro, alguns cães ficam tão excitados (agitados) na hora das refeições que é impossível classificar os produtos com base em suas posturas.

Os cães e gatos compartilham algumas posturas em comum com o mesmo significado

Entre os 19 comportamentos identificados, 10 eram comuns tanto a cães como a gatos.

Comportamentos como “hesita antes de comer”, “senta-se enquanto come”, ou “lambe-se” eram típicos de gatos.

Por outro lado, comportamentos como “não fica mais inquieto” ou “limpa a vasilha” eram expressões caninas típicas de satisfação pelo alimento.

Entre os comportamentos comuns, “Corre até a vasilha” durante a distribuição do alimento ou “Lambe os lábios” após as refeições foram unanimemente considerados como sinais de satisfação pelo alimento por parte dos proprietários tanto de cães como de gatos, enquanto “Recusa-se a comer” foi claramente um sinal negativo para ambos.

Apenas um comportamento comum foi percebido de maneiras diferentes pelos donos de cães e gatos: “Ergue a cabeça regularmente durante as refeições” foi considerado como positivo para os gatos e negativo para os cães.

De um comportamento ao conjunto de comportamentos

Os fabricantes de pet foods estão interessados em entender como os comportamentos alimentares dos pets afetam a percepção dos proprietários sobre o desempenho de palatabilidade de um alimento e, portanto, na decisão de uma nova compra por esses tutores.

Um ponto essencial para se ter em mente é que analisar um único comportamento não é suficiente para prever a avaliação de um dono sobre o nível de satisfação do pet e o desempenho do alimento.

Por exemplo, se um cão corre até a vasilha, mas come apenas 2 ou 3 kibbles e sai, o tutor concluirá que esse pet não gostou da comida.

Se um gato hesita ao acessar a vasilha pela primeira vez, come 2 ou 3 kibbles, mas depois volta e acaba com a tigela, o proprietário considerará que esse pet ficou satisfeito com o alimento.

Assim, é necessária uma análise profunda não de um único comportamento, mas de toda a sucessão de comportamentos em torno da vasilha, para entender e prever as decisões dos proprietários de pet, bem como o processo de tomada dessas decisões.

*Milou, Duchesse & Moi é a comunidade doméstica francesa do Panelis que inclui quase 2.000 famílias donas de pets. O estudo acima foi conduzido com 66 famílias donas de gatos e 114 famílias donas de cães.