Todos os fabricantes de pet food desejam que seus produtos sejam consumidos.
Todos os fabricantes de pet food, portanto, precisam elaborar alimentos palatáveis para os pets.
Mas como saber se um produto é apetitoso?
Como saber se Max irá correr até sua tigela para comer seus kibbles? Ou se o peixe é mais atrativo para Kitty do que um rato?
E quanto ao tutor do pet? A opinião dele(a) deve fazer parte da equação?
Desde a medição da aceitação até a avaliação do prazer alimentar, descubra os métodos para desvendar o que os pets desejam.
Painel de especialistas ou doméstico?
O primeiro passo para obter respostas relevantes sobre as preferências alimentares de cães e gatos é escolher os painelistas.
Os testes de palatabilidade de pet food podem ser realizados com pets de especialistas em instalações dedicadas para isso ou em casa com os pets de propriedade particular.
Os painéis de especialistas são formados por pets treinados para participar de avaliações sensoriais. Esses animais vivem em gatis e canis. Os testes são executados por técnicos e etólogos profissionais em animais com condições e ambientes controlados.
Os painéis domésticos (ou seja, nos lares) são constituídos por pets de propriedade particular, selecionados de acordo com critérios como idade, sexo e raça. Esses degustadores (provadores) são naïve (ou seja, nunca haviam sido expostos a esse experimento) e não possuem nenhum adestramento.
Ambos os painéis têm seus prós e contras, dependendo das informações pesquisadas:
– Graças às condições controladas, os painéis de especialistas costumam ser mais precisos (exatos) e fornecem respostas mais consistentes.
– Os painéis domésticos são, em geral, menos discriminatórios, mas podem trazer informações interessantes sobre a percepção dos tutores a respeito da satisfação de seus pets, em condições reais. Também permitem obter a opinião do tutor sobre as características organolépticas dos produtos.
Para equilibrar a possível falta de precisão, os painéis domésticos reúnem um grande número de animais – mínimo de 80 pets – enquanto 40 pets são geralmente suficientes para obter respostas precisas (exatas) dos painéis de especialistas.
O teste com uma tigela, uma maneira simples de avaliar a aceitabilidade
Em um teste com uma tigela, também chamado de teste monádico, um único alimento é apresentado ao animal e a quantidade consumida, que indica o nível de aceitação da dieta, é mensurada.
Esse método simples é usado regularmente em painéis de especialistas. Também é o principal método utilizado em painéis domésticos.
O teste com uma tigela permite classificar várias dietas de acordo com seus níveis de aceitabilidade, utilizando um plano experimental apropriado (desenho ou modelo monádico sequencial).
O teste com duas tigelas, um clássico para avaliar as preferências
O teste com duas tigelas é o método mais comum utilizado em painéis de especialistas. Também chamado de teste comparativo (versus), ele se baseia na apresentação simultânea de dois alimentos aos pets. Esse teste indica se uma preferência é expressa pela mensuração das quantidades consumidas de cada produto.
São avaliados dois parâmetros principais em um teste com duas tigelas:
• a primeira escolha: o primeiro produto provado. Essa escolha é impulsionada principalmente pelo odor do alimento para pets e reflete a atratividade desse alimento.
• a taxa de ingestão: parte do consumo de cada produto sobre a quantidade total de alimentos consumidos. Quanto maior a ingestão, maior a palatabilidade!
Embora o teste com duas tigelas seja uma comparação pareada, ele pode ser usado para comparar e classificar mais de dois produtos, estabelecendo um plano experimental específico.
O Liking Test, um método monádico avançado que fornece insights sobre o prazer alimentar
O Liking Test é uma variante do método-padrão com uma tigela. Conduzido apenas em painéis de especialistas, ele avalia com precisão não só a aceitação dos alimentos, mas também o prazer por esses alimentos.
No Liking Test, as porções alimentares são ajustadas individualmente de acordo com o consumo habitual dos animais.
Uma única dieta é apresentada aos pets, e vários parâmetros que refletem o prazer da alimentação por esses animais são medidos:
• a % do alimento consumido
• a diferença entre o nível de consumo no teste e o consumo de referência**
• a % de tigelas terminadas
• a % de recusas/rejeições
• a velocidade de consumo
*Panelis é o centro de medição da Symrise Pet Food.
**O consumo de referência baseia-se no histórico de ingestão alimentar do animal e nas variações naturais do ambiente (estação do ano, refeição do dia, etc.).
Kinetics, um método dinâmico para traçar o perfil de consumo dos alimentos ao longo do tempo
Além da quantidade total consumida, o método cinético mede a forma como o alimento é ingerido ao longo do tempo. Realizado em condições monádicas ou comparativas (versus), esse método traz informações sobre a atratividade do alimento e o perfil de consumo.
O método cinético está disponível apenas em painéis de especialistas para alimentos de gatos. Durante o teste, os gatos têm acesso à tigela deles por 16 a 20 horas, e mais de 10 parâmetros são monitorados:
• % de animais com um episódio de alimentação durante os primeiros 30 minutos de refeição
• consumo médio por episódio de alimentação
• número de episódios de alimentação com nenhum ou muito baixo consumo
• consumo total no final do teste
• …
Observação comportamental: prazer alimentar do pet, ao lado do tutor
Além da ingestão de alimentos, a linguagem corporal e as expressões faciais dos animais durante a refeição foram recentemente utilizadas com sucesso para avaliar a palatabilidade. Esses parâmetros permitem avaliar o nível de prazer alimentar percebido pelos ‘pais’ de pets.
O estudo da linguagem corporal baseia-se na observação dos comportamentos dos pets pelo tutor em vários momentos da refeição.
Os comportamentos procurados incluem ações como:
• Corre até a tigela
• Hesita antes de comer
• Recusa-se a comer
• Levanta a cabeça regularmente ao se alimentar
• Lambe o nariz
• …
As dietas com maior número de comportamentos positivos são consideradas mais palatáveis.
E o que mais?
Métodos menos convencionais podem ser usados para avaliar o desempenho sensorial de um alimento para pets.
Alguns protocolos são utilizados para estudar um único aspecto preciso (exato) de um produto. O método da tigela com fundo falso, por exemplo, permite observar especificamente a reação do cão aos odores de pet food.
A atratividade também pode ser estimada através do nível de motivação induzida pelo cheiro do alimento. Nesse método, os animais são solicitados a resolver uma tarefa complexa para conseguir obter o alimento como recompensa.
Por fim, sinais fisiológicos como temperatura corporal e parâmetros cardíacos podem ser empregados como indicadores de agitação do cão durante a refeição.
Apesar de inovadoras e precisas, essas abordagens são bastante distintas das condições reais de alimentação dos pets e exigem um adestramento intenso dos animais. Tais abordagens são mais adaptadas à pesquisa básica sobre palatabilidade do que ao desenvolvimento de produtos alimentícios para pets.
Resumindo, como escolher?
Todos esses protocolos representam uma grande oportunidade não só para entender as preferências alimentares de cães e gatos, mas também para desenvolver produtos que Max e Kitty vão adorar.
No entanto, esse rico portfólio pode ser considerado complexo e até confuso.
Qual método é o melhor? Infelizmente, não há uma resposta única que sirva para tudo. Cada método avalia diferentes aspectos da palatabilidade.
A escolha de um, ou por que não vários métodos, deve ser feita de acordo com o objetivo almejado por você.
Diferenciar-se da concorrência? Ter a certeza de que os pais de pets também vão adorar o alimento de seu animal de estimação?
Para escolher o método certo, você precisa fazer a pergunta certa.
Continua…
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